A Difusora

A Rádio Difusora foi fundada em 12 de outubro de 1933, como Rádio Clube por João Sampaio Góes. A programação de inauguração foi das 8 da manhã até as 11h30 do dia seguinte e consistia de cumprimentos de amigos e mensagens do comércio e entidades locais. As festividades contaram com apresentação de orquestras, bandas e cantores. Ela foi uma das primeiras emissoras fundadas no Brasil.

Em 1944, trocou seu nome para Rádio Difusora, que permanece até hoje. Em 1950, o casal Aristides e Maria Conceição Figueiredo, que tinha uma rádio em Uberlândia (MG), comprou a estação, pois João Góes achava que a televisão iria acabar com o rádio. Com nova filosofia administrativa, a Difusora foi conquistando espaço e ganhando cada dia mais anunciantes, pois a publiciddade até então praticamente inexistente na emissora, passou a ter atenção especial da diretoria que assumiu.

Nessa fase, a Difusora passou a movimentar mais sua programação, com a implantação de rádio-novela, novos programas de auditório e grandes shows com orquestras e artistas famosos da Rádio Nacional, como Nelson Gonçalves, Marlene, Ângela Maria, Emilinha Borba, Carlos Galhardo e outros.

Em 1962, faleceu Aristides Figueiredo, um dos maiores idealizadores do rádio piracicabano, que há 12 anos comandava a estação, deixando a direção da Difusora nas mãos da esposa Maria Conceição Figueiredo, que , com determinação fez a emissora crescer ainda mais. Após três anos sozinha à frente da Rádio e sem filhos, convidou sua sobrinha e afilhada Maria Conceição Pippa e seu noivo José Roberto Soave para ajudá-la na administração.

Assim em 1965, a estação iniciou a fase sob o comando de José Roberto Soave. Com um trabalho sério e grande capacidade administrativa, investiu bastante nas transmissões de jogos e no jornalismo, que era sua paixão. Soave deu maior dinamismo à emissora, transformando-a, gradativamente, em uma rádio voltada à prestação de serviços à comunidade, visto que, a partir da década de 70, os shows de auditório começam a se extinguir, e as rádios tiveram que encontrar uma nova maneira de atrair a atenção do ouvinte. E o jornalismo foi um delas.

Foi nessa época que as gincanas começaram a surgir na cidade, organizadas pela Rádio Difusora, uma idéia criativa de Roberto Soave. Elas ocorriam no programa Show das Três, apresentado por Attinilo José. “Eu pedia, no ar, para as pesoas trazerem, em 20 minutos, determinado objeto à emissora. Quem conseguisse ganhava um prêmio oferecido pelo patrocinador”, recorda-se. Com o passar do tempo, a disputa foi tomando tal proporção que se formaram até escuderias para participar, criando equipes com a EkypéXato, Zoom-Zoom, EkyPeralta e Ekypelanka, que, mais tarde transformaram-se em escolas de samba que fizeram muito sucesso nos anos de ouro do carnaval de Piracicaba. “As gincanas passaram a mobilizar uma multidão de pessoas e duraram cerca de dez anos”, diz Attilino José, radialista a mais de 40 anos.

O maior feito de Soave na emissora foi a implantação da freqüência modulada (FM), em 1977, outro pioneirismo da PRD-6. Após visitar estações de FM nos estados Unidos, ele importou todos os equipamentos, implantou a FM aqui e aproveitou, na mesma época, para substituir e modernizar toda a aparelhagem da AM. E a difusora tornou-se, mais uma vez, referência para todo o interior de São Paulo e até para outros Estados, que vinham à Piraciaba para conhecer aquela inovação antes de implantar o mesmo sistema de transmissão. Com essa nova aquisição – FM 102,3 Mhz -, um novo estilo de programação foi incorporado a ela.

A estação, a única da região, virou referência para a comunidade jovem que surgia, pois sua programação seguia o padrão americano, numa verdadeira revolução para a época.Em 1997, ocorreu o falecimento de José Roberto Soave, que dedicou 33 anos de sua vida à Rádio Difusora, levando o nome de nossa cidade para além dos limites de São Paulo. Esse período foi marcado pelo pioneirismo, arrojo e pela visão administrativa do grande empreendedor José Roberto Soave.

Fotos da Rádio